domingo, 23 de junho de 2013

Silêncio da Seresta - Adelino Moreira

Vai longe o tempo

Em que se a noite era de prata

Violões em serenata

Enchiam o céu de amor

E a morena

Da janela ou do balcão

Se gostava da canção

Sorria ao trovador

Hoje a morena

Vive em Copacabana

E todo bairro engalana

Lá de um décimo andar

Vai quando é noite

À boate ou ao cinema

E nem se lembra, que pena

Da existência do luar

Antigamente, à luz fosca

De um lampião

Uma trova, uma canção

Era o quanto bastava

Pois a morena

Relembrando o amor primeiro

Abraçava o travesseiro

E docemente sonhava

Mas hoje o som

De um plangente violão

Não transpassa o edredom

Que o seu corpo acaricia

E que fazer

Não pode haver retrocesso

Ante a força do progresso

Meu violão silencia

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